domingo, 15 de março de 2015

A escava e a poda da vinha de Borrado das Moscas

O post de hoje serve para vos apresentar uma das novidades de 2015 e atravês dela ilustrar um pouco o trabalho que tem sido feito nos ultimos meses.

Como tinha dito em post anterior, a area de vinha que cultivo tem aumentado de ano para ano.

Este ano, segue a mesma logica, com mais vinhas a integrarem o portfolio, agora composto por uma dezena de parcelas, cultivadas, vinificadas e estagiadas separadamente.














No caso do post de hoje, a novidade é uma vinha exclusivamente de branco.
Uma vinha adulta mas ainda relativamente nova, com os seus 40 anos.

Encepamento composto unicamente da casta Bical.
Casta que localmente as pessoas chamam e sempre chamaram pelo nome de "Borrado das Moscas".

A par do Encruzado é a minha casta favorita para brancos do Dão.

Por varias razões, considero a Bical como o equivalente do que é a Jaen nos tintos da região.

Tambem encontro semelhanças com outra casta branca francesa, uma casta do Loire, a Chenin, pelo perfil aromatico e pela mesma sensibilidade a maturação.

Apanhada fresca em terroir adequado da vinhos magnificos.

Apanhada tardiamente, vai dar aromas a marmelos, perde a acidez e resulta em vinhos mornos, desinteressantes, "boring"...


E portanto uma casta capaz do melhor e do pior.
A atitude do vigneron torna-se ainda mais determinante para a qualidade do vinho obtido.



Fico contente por cultivar esta vinha, pois alem de me permitir aumentar a produção de branco, vejo a como uma oportunidade de ficar a conhecer melhor esta casta que tanto gosto de provar nas barricas dos meus amigos da Pellada.











Ja começamos a tratar da vinha, realizando os primeiros trabalhos do ano : a poda e a escava.


Para a escava utilizo um cavalo para dar dois regos, um de cada lado da linha, e acabamos o trabalho a enxada.

A escava consiste em fazer dois regos de cada lado da linha das videiras, para depois acabar de remover a terra com erva na linha xom uma enxada.

Desta maneira a linha das videiras fica mais baixa que o resto da terra.
A agua das chuvas invernais vai assim poder ser canalizado para a zona das raizes das videiras.


Ao mesmo tempo, ia-se podando as videiras.

Preparando-as assim para o novo ciclo vegetativo que ai vem.

As videiras estavam com a poda tradicional na região, a Guyot.

Assim continuara connosco.












Para ajudar a aguentar o frio invernal, não podia faltar um copito do divino nectar!


E que vinho não é so fazê-lo! E tambem para se beber!

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