domingo, 30 de março de 2014

The Dão Museum

Esta vinha com 120 anos é um autêntico museu vivo do Dão.

This 120 years old vineyard is a kind of alive museum of the Dão region.



Mostra o que era o Dão das origens.



It shows what was the Dão at the time of its origins.


Cada cêpa tem a sua propria personalidade.


Each vine has its own personality.


As videiras vão bailando ao ritmo do tempo.


Vines dancing in the foothill of the Serra da Estrela mountain, the Portugal highest.


  No sopé da Serra da Estrela.


Os solos continuam a ser trabalhados manualmente, sem herbicidas, nem tractores.


Soils are still worked manually, without herbicides, nor tractor.


So assim se pode pretender expressar um terroir.


This is essential if you whant to express a "terroir".


As variedades são antigas.


The varieties are very old.


Mais antigas que a região demarcada.


Older than the Dão appellation.


Alem da Baga e do Jaen, encontram-se muitas castas hoje praticamente esquecidas.


Besides the Baga and Jaen, many varieties are now almost forgotten.


At 120 years old, sometimes we need a cane!


Aos 120 anos, por vezes, ja se precisa da bengala!


 As castas brancas e tintas estão misturadas na vinha.


Red and white varieties are field blended.


A tradição era assim.


The tradition was so.


Todo o meu trabalho visa a respeitar este legado dos nossos antepassados.


All my work aims to respect this legacy of our ancestors.


Esse respeito reflete-se nos metodos culturais na vinha, mas tambem em praticas de vinificação coerentes.


This respect is reflected in the cultural methods in the vineyard, but also in winemaking practices consistent.


As vinificações, como em todos os meus vinhos, não levam produtos enologicos (alem do sulfuroso).


The vinification, as in all my wines, do not take quimical winemaking products (besides the sulfur).


A fermentação alcolica realiza-se a partir as leveduras da propria vinha.


The alcoholic fermentation takes place from the own vineyard yeasts.


O vinho é portanto a expressão pura desta vinha, ou seja do Dão de outrora, do Dão das origens.


The wine is so pure expression of this vineyard, ie the Dao of origins.


Uma oasis para os amantes do vinho verdadeiro.


An oasis for lovers of real wine.


Rendez-vous em 2015/2016 para provarmos a colheita de 2013!

Rendez-vous in 2015/2016 to taste the 2013 harvest!

sexta-feira, 28 de março de 2014

Dão 2011 in Catavino

From Simon Woolf's report about Simplesmente Vinho 2014, in Catavino :

This tasting was much more about new discoveries than established names. A serious looking young man poured me a superb “Vinhas Velhas” from the Dão. His story was as captivating as the wine. Half Portuguese half French António Madeira lives in Paris, but now spends every available weekend and holiday returning to half a hectare of abandoned vineyards, to craft this exquisitely focused red. Madeira explained “I had to come and do this. Too many winemakers here just go for over-extraction and oak ageing. That’s a pity. I want to show that our wines can be elegant.”
According to Isabelle Legeron’s Raw Fair manifesto, Madeira would qualify as a natural winemaker. 
Here's the link :
http://catavino.net/2014-porto-simplesmente-vinho/

terça-feira, 25 de março de 2014

O branco 2013 - work in progress

Ja vos tinha contado a vindima do branco aqui

E a sua vinificação natural aqui


Depois do fim de a fermentação em Dezembro (3 meses!!!), bloqueou-se o arranque da malolactica com sulfuroso. Desde então tem-se feito bâtonnage, o que explica o aspecto nestas fotos de inicio de Março.


O vinho esta cada vez melhor, ja não se nota tanto aqueles aromas a panificação da altura da fermentação, nem aqueles aromas florais que se encontram em alguns vinhos brancos do Dão e que pessoalmente não me encantam muito.


Pelo contrario e para meu agrado, em Março o vinho estava a ficar mais sério, mais contido no aroma.
A boca mostrava pureza, força e equilibrio, num estilo de branco de Outono que não passou por barrica.
Veremos como se portara no proximo episodio.
Por enquanto, é deixa-lo percorrer o seu caminho.

domingo, 23 de março de 2014

Preparando o engarrafamento do Dão 2012

Enquanto o 2011 vai aos poucos entrando no mercado, começa-se a preparar o engarrafamento do 2012.


2012 tinha sido um ano tardio, onde a seca hivernal se traduziu por menos agua que o habitual nos solos.


Em consequencia, a falta de agua gerou uma fotosintese mais lenta.

A lentidão das maturações e as adversidades climatericas levaram-me a me adaptar, vindimando a vinha em duas vezes, no espaço de 2 semanas.

Obtive assim 7 barricas do V1 (vindima 1) e 5 do V2 (vindima 2)



Ambos com 12,5%, ambos da mesma vinha, ambos naquela linha fina e precisa, mas ao mesmo tempo diferentes.

No V1 apanhamos os cachos que estavam mais adiantados a volta do equinocio, cachos principalmente da casta Tinta Pinheira, a casta mais precoce desta vinha.


Os cachos mais tardios, de Baga, Negro Mouro e Tinta Amarela, ficaram a amadurecer, sendo vindimados duas semanas depois, ja em Outubro.





Desde o inicio este vinhos me têm entusiasmado.

Consoante a altura, um mostra-se mais bonito e harmonioso do que o outro.

Por vezes mesmo de um dia para o outro...
Afinal é normal, são seres vivos!

Ao seguirmos a evolução dos vinhos na adega é que nos apercebemos verdadeiramente destes fenomenos.

Agora, chegou a altura de voltar a juntar estes irmãos gêmeos separados a nascença.



A primeira etapa da preparação do engarrafamento decorreu em dezembro.
Consistuiu em recolher amostras de cada uma das 12 barricas desta colheita.


A prova das amostras de cada barrica permitiu-nos verificar que todas estão otimas e que esta mesmo a chegar a hora de engarrafar, pois apesar de as barricas serem usadas (nesta altura entre os 3 e 4 anos) não quero prolongar mais o estagio em barrica, para não marcar demasiado o vinho. So quero expressão do terroir!

Neste momento ambos estão vivos e finos na boca, com aquele brilho dos vinhos naturais. O nariz profundo e mineral, encanta pela sua complexidade e autenticidade.


Em Janeiro, o meu amigo Luis Lopes, da Qta da Pellada, juntou-os em cuba inox, onde ficara umas semanas a harmonizar.

O engarrafemento podera então realizar-se assim que o tempo aquecer um pouco la mais para Abril ou Maio.

Não ha pressas, este tipo de vinho precisa de tempo e depois de engarrafado ficara na garrafa a repousar varios meses.

O ideal até seria ficar a estagiar na garrafa mais de um ano antes de se começar a comercializar.

Pois como tem mostrado o 2011, o tempo em garrafa so faz bem. Tivesse eu capacidade financeira so agora pensaria em começar a vendê-lo.



Afinal estamos a falar de Dão, a região portuguesas por excelência de vinhos de guarda.

Como diz o Luis Lopes, com este 2012 estamos perante o que vai ser um grande vinho português!
Acredito que sim, no trabalho e esforço realizado na vinha sei que ninguem na região, e poucos no pais, foram tão longe na busca da excelência!

Os primeiros resultados estão a vista.
O tempo ajudara a confirma-lo!

sábado, 15 de março de 2014

O field blend Baga/Tourigo

Hoje apresento-vos uma das "novidades" de 2014.


Mais uma vinha velha que comecei a tratar este inverno.


Vinha que estava a pedir uma mão.
 

O solo ja não era trabalhado ha mais de 5 anos.


Os 80 anos do dono, irmão do meu avo, ja não lhe permitiam fazer o que sempre tinha feito desde a plantação, trabalhar o solo manualmente, a enxada.



A vinha tinha ficado por isso estes ultimos anos tal como estava na altura da escava ha 5 anos.


Criou-se assim uma sensação estranha nas carreiras, como se andassemos sobre pequenas colinas rijas.


O solo nesta micro-zona costuma no verão enrijecer, ficar mais compacto do que o habitual neste sopé da Serra da Estrela, isto por ter um misto de granito e de barro.


Caracteristicas interessantes, pois palpito que me vai permitir experimentar um estilo um pouco diferente do que tenho feito, um estilo um pouco mais "Robustus", mais potente que lembra aquela expressão da "mão de ferro em luva de veludo".


Estava na altura de agir.


O dono ja não podia e tinha me pedido na altura das vindimas para lhe ficar com a vinha.



Ele ja não tinha forças para a cultivar e a vinha estava a ficar fraquinha.


Levou-me la e gostei do sitio.


Combinamos então ficar eu a dar uma nova vida a esta vinha que o meu tio-avo plantou ha mais de 50 anos na altura da sua juventude.



Na altura da poda tivemos algumas surpresas a nivel das castas.


Pouco Jaen e pouco branco, quando no geral as vinhas velhas desta zona costuma ter bastante de ambos.


A Baga esta la bem presente, talvez uns 60 ou 70%, mas isso ja não admira, pois aqui é que ela tem o seu berço.


A maior supresa foi mesmo encontrar tanta Touriga Nacional, uns 20 ou 30%.
Pois habitualmente nas vinhas velhas a sua presença costuma ser residual.


Temos assim um field blend dominante de Baga e Tourigo, um assemblage que lembra o do Pape.


Este inverno, ja trabalhamos o solo a mão e com o nosso amigo do costume.


A fraqueza da vinha estava a pedir estrume organico.



Fiz-lhe a vontade.


A chuva invernal complicou-nos a vida, foram mais de dois meses sempre a chover.


Isso dificultou muito a intervenção do nosso amigo, tivemos de esperar por tempo seco para acabar o trabalho.


Mas la conseguimos.


Não abusamos na dose, como nos outros casos, apenas distruibimos o estrume carreira sim, carreira não.


E como nos outros casos, não utilizamos adubo quimico.


E de vez em quando o nosso amigo la ia oferecenco mais algum estrume, especial e gratis!


A vinha vai assim poder ganhar novo vigor.


Este ano, ja se devera notar alguma coisa, mas sera sobretudo no proximo que mais se sentira os efeitos.


O vinho esse ja se podera começar a fazer em 2014.
Depois la para 2016/2017 contarei com vocês para ajudar a tornar isto tudo sustentavel!
Posso contar com vocês?