quinta-feira, 30 de janeiro de 2014

Inverno chuvoso no Dão

Chuva, chuva e mais chuva este inverno no Dão...


A agua é precisa para recompor as reservas hidricas.
Mas todos os dias a chover tambem ja se começa a tornar um bocadinho chato...
Tem atrapalhado um pouco a organização das operações.


Agora uns diazinhos de tempo seco davam jeito para adiantar algum trabalho nas vinhas.


Mas as previsões não estão para ai viradas...

sexta-feira, 24 de janeiro de 2014

A selvagem vinha do monte

Querem continuar a conhecer o fruto das minhas pesquizas pelo Dão Serrano, na busca dos "Crus" perdidos? 



Sim? 
Vale, então aqui vai mais uma apresentação! 



Desta vez estamos a falar de uma pequena vinha velha situada num monte, um pouco ao lado da vinha centenaria que os 'habitués" da Palheira ja conhecem. 



Desconhece-se a idade ao certo. Os antigos lembram-se dela ali desde que têm memoria. 



Esta vinha foi pouco mimada nos ultimos anos. 
Nota-se que os trabalhos do solo, o controlo da carga na poda, os trabalhos em verde não foram realizados durante anos. 



A vinha apresenta por isso uma lado quase selvagem. 



Agora é tempo de iniciar o processo de recuperação. 



Do que ja pude identificar, as castas são as do costume nas vinhas de outrora do sopé da Serra da Estrela : Jaen, Tinta Pinheira, Baga, Bical e muitas outras tintas e brancas. 



No caso desta vinha, a particularidade que me atraiu foi o local, no cimo da encosta de um monte granitico, como que a desafiar a Serra mesmo ali a frente. 



A exposição é soalheira nesta encosta virada a Sul/Oeste. 



E daquelas vinhas que precisam de ser bem seguidas para as uvas serem colhidas no ponto, se não queremos perder a acidez e apanhar uvas sobre-maduras. 



Vindimei a pela primeira vez em 2013. Das 6 vinhas, foi a que maior graduação potencial deu, 13,8%. 
Tambem aqui reencontramos o seu lado selvagem. 



Pouca produção, apenas duas barricas. 



Provado em dezembro, a malolactica ainda a decorrer, nota-se no aroma identidade. Levou-me logo a viajar para memorias confusas, não sei bem as quais, mas que eram de ali, da Serra. Lembranças associadas ao meus avos? Talvez. 



Como nos outros casos que tenho vindo a vos apresentar, o futuro dira se o vinho sera engarrafado a parte ou em lote. 

Rendez-vous em 2015/2016 para as provas! 

domingo, 19 de janeiro de 2014

O estrume na vinha do Bastardo

Na semana passada contei-vos que a vinha do Bastardo tinha sido estrumada.
Acabadinhas de chegar, partilho convosco as fotos da operação.

 Sempre com a Serra da Estrela em pano de fundo!

 Os regos onde se depositou o estrume, tinham sido abertos poucos dias antes pelo cavalo.


O meu tio, com o seu pequeno tractor, ajudou a acartar o estrume. Gente 5 estrelas!


A "brouette" completava a parte dos equipamentos logisticos!
Como vêm, alta tecnologia!


Processos simples, que o Homem conhece desde ha muito!


Desporto de antigamente.



E assim ficou mais uma vinha velha salva do abandono.


Este ano e nos proximos, o trabalho da terra completara esta acção inicial.


O trabalho mecanico associado a esta operação, vão contribuir a revitalização do solo, ao desenvolvimento de humus, e consequentemente ao desenvolvimento da bicharada.


 A vinha agradecera, pois sem essa bicharada, as suas raizes nem poderiam respirar, nem se poderiam alimentar como deve ser!

sábado, 11 de janeiro de 2014

A vinha do Bastardo

O tema de hoje é uma vinha que ja vos tinha falado aqui :
http://vinhotibicadas.blogspot.fr/2013/03/mais-uma-experiencia-em-2013.html



Vinha que ia ficando sem ser podada no ano passado e que consegui recuperar e podar a ultima hora, preservando-a do abandono.
Faz por isso parte dos vinhos que vinifiquei em 2013.



O ano viticola de 2013 deu para perceber que a vinha estava em mau estado.
As varas apresentavam-se com pouco vigor, apesar da pouca carga deixada aquando da poda.
Notava-se que a vinha estava esfomeada. Estava mesmo a pedir ajuda.
Por isso, fiz-lhe agora a vontade.
O monte de estrume organico que vêm foi lhe destinado.


 Na semana que findou, o cavalo foi la trabalhar o solo e deixou o rego aberto, carreira sim, carreira não, para a estrumagem.
Ontem, uma equipa de homens la esteve a distribuir o estrume pelos regos.
Esta vinha de 50 anos bem merece ficar viva!


Situada numa encosta no sopé da Serra da Estrela virada a poente/norte, acho o sitio muito bom.
Esta encosta apresenta variações de solos graniticos muito interessantes. Acredito que estas nuances se refletem depois no vinho, na sua complexidade.


A parte cimeira é a mais rica em matéria organica.

 Depois ao descer, começamos a vislumbrar as nuances.


Com menos verdura e mais pedra.
Com esta tendência a acentuar-se cada vez mais.


Culminando na parte mais baixa, onde o calhão domina por completo.

 Com pedaços cada vez mais grossos.


As castas, essas são as da terra, aquelas que ja estavam no Dão antes da era da estandardização, co-plantadas a boa maneira dos nosso antepassados, complexo "field blend", com castas tintas e brancas lado a lado. 

Na vindima de 2013 apanhei separadamente o branco do tinto.
As uvas brancas entraram no lote do branco, mais outras 4 vinhas velhas. Notamos no caso desta vinha, uma maioria de Cerceal.


No caso das castas tintas, encontrei la varias cêpas de Tinta de Mina, a tal casta tintureira de que ja lhes falei nesta palheira e que encontramos muito nas vinhas antigas desta sub-região do Dão. Em relação a esta casta, cada vez mais os palpites nos orientam para o Alicante Bouschet. Se tal se confirmar, não deixara de causar surpresa. Pois esta casta que encontramos em vinhas com 80 ou mais anos, esta habitualmente mais associada ao Alentejo. 


Mas a casta tinta que mais encontramos nesta vinha é outra, tradicional nos encepamentos antigos do Dão, o Bastardo.
Casta ainda mais precoce do que o Jaen, encontra neste sitio condições para uma maturação mais lenta do que o habitual.
Vindimamos em finais de setembro, na vespera daquela semana de chuva intensa que marcou as vindimas de 2013. Obtive assim uvas sãs para um vinho que apontava para um potencial de 12,6% de alcool provavel.


A vinificação, ja sabem, foi natural, lagar, leveduras indigenas, nenhuma adição de produtos enologicos alem do sulfuroso, suave extração, prolongação da maceração/fermentação com o frio. Metodos arriscados e desalinhados, mas que permitem perceber as caracteristicas do terroir.

Se for engarrafado a parte ou em lote com vinhos de outras vinhas ainda não lhes sei responder, o futuro o dira! Mas fica ja o convite para abrirmos umas garrafas a partir de 2015/2016!

sábado, 4 de janeiro de 2014

Who's this french guy?

From Wine Enthusiast Magazine :
I ask de Castro how his example of making top quality wines influences other growers in the Dão: “We are all individuals here, we work for ourselves,” he says. “But people do come to me. The last guy who came here wanted to be so radical. He was French. I told him be calm and take your time.”

http://www.winemag.com/Best-Of-Year-2013/The-Masters-of-Portuguese-Wine/