quarta-feira, 23 de maio de 2012

O engarrafamento adiado?

Bem, vou ter de responder a algumas perguntas que tenho recebido acerca do engarrafamento da colheita experimental de 2010.

De facto, ia no inicio deste mês a Portugal com a ideia de engarrafar essa primeira produção.
No entanto tive de me conformar, pois depois de me concertar com as pessoas que me acompanham, chegamos a conclusão de que os vinhos ainda não estavam prontos para tal.
No melhor dos casos, sera efectuado la  mais para a frente no fim do ano.
Assim o espero, veremos.

Em relação a pergunta do engarrafamento de algum deles a solo, essa era a minha intenção inicial ha dois anos. No entanto isso causa inumeros problemas.

Por exemplo, segundo a gente que ja anda no mundo dos vinhos ha muitos anos, para fazer tais engarrafamento e depois conseguir ter sucesso (leia-se vendê-los) é preciso ja ter nome e reconhecimento, coisa que eu não tenho.

Outro tipo de problemas tem a ver com a parte logistica, pois multiplicam-se as referencias e como tal varios custos.

Outro tipo de problema tem a ver com as autoridades, com a sua autorização. Mas disso falarei noutra ocasião, pois esse tema merece ser desenvolvido por si so, tal o absurdo que pude constatar...

Por fim, costuma-se dizer que um vinho de lote é sempre melhor do que vinhos a solo ou de que vinhos mono-castas. Acredito que isso seja capaz de ser verdade, alem de o Dão (e mesmo Portugal) ser tradicionalmente terra de lotes.

Como podem entender, a engarrafar o 2010, sera um lote.
Lote provavelmente de tudo, ou seja de vinhos oriundos de 5 vinhas velhas diferentes, de localizações diferentes mas todas no sopé da Serra da Estrela (para mim e para muitos, uma zona muito especifica do Dão).
"Assemblage" de vinhos de muitas castas antigas, onde dominam a Baga, a Tinta Pinheira e o Jaen.
Um "blend" complexo, de outros tempos, cheio de caracter e tipicidade.

No entanto, por motivos que vão contra a minha vontade, até pode acontecer que nunca sejam engarrafados...
Seria um golpe duro no meu projecto, muito duro, mas infelizmente possivel.
Por muito que me custe, tenho consciência que posso vir a ter esse desgosto.

3 comentários:

  1. Pessoalmente sou fã dos monocastas mas compreendo que não seja sempre possível (seja do ponto de vista técnico, legal ou financeiro) optar por esta escolha.

    Em todo o caso estou curioso de ver o que vem aí.

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    1. Ola airdiogo,
      Os monocastas são vinhos didaticos e no caso de castas em desuso fazem falta.
      Mas de facto tenho de aceitar que neste momento não tenho condições para fazer por algumas delas o que elas merecem.
      Obrigado pelo comentario e pela curiosidade.

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    2. Esta curiosidade acaba por ser uma consequência de ir acompanhando aqui no blog o nascer e crescimento deste vinhos. Mesmo à distância sente-se algum tipo de ligação.

      Espero que sejam um sucesso e se não for este ano pode ser que no próximo já dê para fazer monocastas.

      Abraços.

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